E em Claraluz e o Poeta, a estória de Claraluz e Mandel é um caso que se mistura a estes milhões de casos de pessoas que se encontraram pela internet e se apaixonaram. Namoram da mesma forma que os antigos casais de namorados namoravam. Os antigos namorados, sentados no sofá da casa da moça, trocavam informações sobre eles, a fim de se conhecerem melhor. Mostravam suas fotografias, seus discos, falavam dos seus gostos, das suas preferências religiosas, dos seus princípios filosóficos, dos seus costumes e hábitos. Na internet, os namorados de hoje fazem a mesma coisa (até dão uma escapulida e realizam seus desejos sexuais também). A diferença é que a poltrona é eletrônica, tecida pelas ondas eletromagnéticas que os permitem estarem juntos, coladinhos. Falta sentir o cheiro? Falta o sabor dos beijos? Falta o afago com as mãos? Falta o ardor da realização sexual? Claro que falta tudo isso, mas isso também se resolve, numa viagem de carro, de ônibus ou de avião. O que importa é que pessoas afins se identificam virtualmente, nesta mega quermesse, neste giga baile, que é a internet.
O capítulo VI de Claraluz e o Poeta é uma amostra deste namoro virtual, onde Claraluz e Mandel, sentados, grudadinhos no sofá das telecomunicações, trocavam estas mesmas informações, como faziam os namorados de outrora. Por isso, para brindar os namorados do século 21, ofereço uma amostra do namoro de Claraluz e Mandel que, pelo Messenger, trocavam suas informações envoltos em um denso e perfumado ar poético.
Mauro Brandão
(não se esqueça, para ler os trechos do livro, no quadro abaixo, em tela cheia, basta clicar no ícone que tem quatro setinhas - abaixo do texto, à direita)
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